LIÇÃO
09 – LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA
INTRODUÇÃO
A sétima e última carta do Apocalipse
é dirigida à igreja de Cristo que estava em Laodicéia – uma das mais prósperas cidades da Ásia. Veremos que
na época de Paulo, já havia uma igreja formada nesta cidade, e que por algum tempo fora assistida pelo obreiro
Epafras. Observaremos que o conteúdo desta carta está contido de muitas
referências a cultura local, que o Senhor usa para
transmitir aos crentes laodicenses severas repreensões, afinal de contas, das
sete igrejas, Laodicéia é a que estava em
pior situação, pois eles haviam perdido seus principais bens: fervor, riqueza espiritual, visão e santidade. Por
fim, Jesus lhes convoca ao arrependimento, a fim de que pudessem ser
restituídos, e assim, alcançarem as promessas feitas
aos que vencerem.
I – IMPORTANTES
INFORMAÇÕES SOBRE A CIDADE
1.1 Nome.
1.2 A forma grega da
palavra Laodicéia é “Laodikia”, que
significa “justiça do
povo” dando a entender alguma forma de
governo democrático. Esta
cidade foi fundada por Antíoco II no
terceiro século a.C., que lhe deu este nome
em homenagem a sua
esposa, Laodice. Na
época havia outras cidades com este nome, no
entanto, essa é chamada de Laodicéia de Lico, referindo-se a um
rio afluente do Meander.
1.2 Localização.
Era uma cidade da província romana da
Ásia, a oeste daquilo que é atualmente a Turquia Asíática. Localizada, na área sudoeste da
Frígia, ficava 10 km ao sul de Hierápolis e 16 km a oeste de Colossos. Devido à
sua posição, era um centro comercial
extremamente próspero, por isso, quando sofreu no ano 60 d.C. um grande terremoto, nrecusou ser reconstruída com o auxílio
do Império Romano, alegando ter condições de reerguer-se por seus próprios recursos.
1.3 Religião.
Em 29 a.C., as elites da Ásia Menor,
em sinal de gratidão a Roma, pediram permissão a César Augusto
para que pudessem cultuá-lo como se
fora uma divindade. A partir deste precedente desenvolveu-se o costume de honrar o imperador como um deus,
prática difundida em todo império. Domiciano, que provavelmente foi o imperador
na época em que João escreveu o Apocalipse,
gostava que seus súditos se dirigissem a ele como Dominus Et Deus Noster (Nosso Senhor e
Deus).
1.4 Fonte de renda.
A cidade devia sua considerável
riqueza a uma combinação de comércio, bancos, manufaturas e a
produção de uma fina e lustrosa lã,
assim como à produção de bálsamo para os olhos. No entanto, apesar de tanta opulência a cidade tinha uma
desvantagem: nela não havia suprimento de água. A água que chegava até a cidade
vinha através de canos de uma fonte que
ficava a certa distância, e, provavelmente, chegava a seu destino morna o que naturalmente causava ânsia de vômito
em quem ingeria.
II – COMO JESUS
IDENTIFICA-SE A LAODICÉIA
Estando na rota natural de inúmeros
viajantes e comerciantes, Laodicéia foi atingida pelo evangelho em data bem recuada, provavelmente quando
Paulo estava morando em Éfeso (At 19.10), e talvez por intermédio de Epafras, que provavelmente foi um dos seus
pastores: “Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo,
combatendo sempre por vós em
orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a
vontade de Deus. Pois eu lhe dou
testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e
pelos que estão em Hierápolis” (Cl 4.12,13). O
apóstolo Paulo, inclusive, faz menção na epístola ao Colossenses de uma carta que ele enviara aos cristãos
laodicenses (Cl 4.15,16).
2.1 O remetente.
Já vimos que para cada igreja Jesus
identifica-se de forma diferente como remetente da carta. Para Laodicéia Ele se revela da seguinte
forma: “E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o
Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus” (Ap 3.14);
2.1.1 “O Amém”.
A palavra “amém” traz o
significado de “assim seja”, “é assim”. Ela era
usada na liturgia judaica e nos
cultos de adoração como afirmação de
fé na validade, ou veracidade da mensagem que era lida ou proferida. Ao ser aplicada a Cristo, esta palavra
significa que Ele é a afirmação da Palavra de Deus (II Co 1.20);
2.1.2 “A testemunha
fiel e verdadeira”.
O dicionário Aurélio nos informa que a
palavra “testemunha” significa: pessoa que viu ou ouviu alguma coisa ou que é
chamada a juízo, para depor sobre o que viu ou ouviu. No caso, a igreja que estava em Laodicéia, não podia queixar-se
de ser acusada injustamente, porque Jesus Cristo era a testemunha fiel (exata) e verdadeira (autêntica) que
acompanhava o dia a dia da igreja, pois ele é onisciente (Ap 1.14) e
onipresente (Ap 1.13).
III – LAODICÉIA,
UMA IGREJA MORNA, POBRE, CEGA E NUA
Já vimos em outras lições que Éfeso
perdera o amor, Pérgamo casara com o mundo, Tiatira tolerou o pecado,
Sardes estava morta; e agora o Cristo
que está no meio dos castiçais e anda no meio dos deles, sondou esta igreja e
em sua carta deixou claro que a igreja de
Laodicéia estava com a cara da cidade: orgulhosa e auto-suficiente, pois, ao
invés de influenciar, tinha sido
influenciada, e que apesar de pensarem estar bem, aos seus próprios olhos: “tu
dizes”, não estavam aos olhos dEle “e não
sabes que és”. Eis abaixo o seguinte diagnóstico dado por Jesus:
3.1 A igreja perdera
seu fervor espiritual.
O Cristo glorificado consegue detectar
que aquela comunidade de cristãos o servia sem fervor, por isso afirma
categoricamente: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou
quente” (Ap
3.15). Jesus diz que a temperatura espiritual daquela igreja se encontrava
idêntica a da água que eles recebiam, e que estava
sentindo náuseas “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da
minha boca” (Ap
3.16). O crente em estado de mornidão é aquele que hesita entre dois
pensamentos (I Rs 18.21); o coração está dividido
(Os 10.2a); serve ao Senhor parcialmente (II Cr 25.2b) e é um bolo que não foi virado (Os 7.8b).
3.2 A igreja tinha
perdido seus valores.
Apesar de igreja alegar possuir
riqueza “rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta” (Ap 3.17-a), porque a
cidade possuía um importante centro bancário e de troca de moedas, o Senhor a reprova severamente dizendo: “és
pobre” (Ap 3.17-b). “Supõe-se que a igreja estava desfrutando
dessa aparente prosperidade porque
ao contrário de Esmirna que se opunha ao culto ao imperador mesmo lhes custando
a pobreza e a morte, os
crentes de Laodicéia, pelo contrário, para evitarem a perseguição e não
perderem seus bens, prestavam
homenagem a Domiciano como um deus, alegando ser apenas por formalidade e não
de coração” (CHAMPLIN, 2002, p.
432).
3.3 A igreja tinha
perdido sua visão.
A medicina de Laodicéia estava tão
avançada ao ponto de descobrirem o unguento oftálmico que trouxe muitos
benefícios para alguns tipos de enfermidades nos olhos. No entanto, Jesus lhes confessa abertamente: “és pobre,
e cego” (Ap 3.17-b). Os cristãos tinham olhos apenas para os bens
materiais, perdendo assim a visão do Reino, que
dá primazia aos bens espirituais “Não ajunteis tesouros na terra, onde a
traça e a ferrugem tudo
consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde
nem a traça nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mt 6.19,20)
3.4 A igreja tinha
perdido suas vestimentas.
Laodicéia também era famosa por sua
indústria de lã e sua produção de excelentes peças de vestuários. Apesar
disso, Cristo diz: “és pobre, cego e nu” (Ap 3.17-b). Como
podemos ver, as
vestes luxuosas dos crentes de
Laodicéia não podiam cobrir sua nudez espiritual, tal qual as folhas de
figueira não foram suficientes para cobrir a nudez do
primeiro casal no Éden (Gn 3.7).
IV – EXORTAÇÕES E
PROMESSAS
Diante do que foi exposto pelo Senhor
Jesus aquela igreja na carta, percebemos que seu propósito era revelar a doença e mostrar a cura que consistia
em: atender a sua repreensão (Hb 12.5); aceitar o seu castigo (Hb 12.6,7; I Co 11.32); ser zeloso (Tg 2.14) e se
arrepender (Ap 3.19). Logo, podemos perceber que a situação não era irremediável e que cabia aqueles
cristãos perceberem essa oportunidade de renovarem sua aliança com Cristo que
os convida a comprar dele bens que o dinheiro
não pode adquirir, mas que se pode obter por sua maravilhosa graça. Por isso, os aconselha, dizendo:
4.1 “...compres ouro
provado no fogo, para que te enriqueças” (Ap 3.18-a). Isso aponta para uma
fé verdadeira que é mais preciosa que o ouro perecível
(I Pe 1.7);
4.2 “...vestes
brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez...” (Ap
3.18-b). Que
diz respeito a uma vida espiritual de pureza e
santidade (Ap 3.4; 19.8);
4.3 “...e que unjas
os teus olhos com colírio, para que vejas...” (Ap 3.18-c). Que indica a
iluminação dos olhos do entendimento pela revelação da Palavra
e do Espírito (Sl 19.8; Ef 1.18).
CONCLUSÃO
Como pudemos perceber, mesmo em meio a
uma tamanha mornidão, orgulho, presunção e cegueira da parte da igreja de Laodicéia, o Senhor Jesus
gentilmente deseja restaurar-lhes a comunhão perdida, dizendo que estava à
porta e batia, indicando uma iniciativa; que
desejava estar e cear com eles. Porém, para isso, deveriam cumprir a sua parte ouvindo a sua voz e abrindo a porta
(Ap 3.20). Por fim, ainda diz que os vencedores seriam galardoados, reinando
com ele no Milênio (Ap 3.21).
Senhores professores o nosso intento é, lhe fazer com que você fique bem informado acerca da liçao deste domingo. Tenha uma ótima aula em nome de Jesus. Amém
Pb. j.silva
http://www.rbc1.com.br/licoes-bíblicas
Senhores professores o nosso intento é, lhe fazer com que você fique bem informado acerca da liçao deste domingo. Tenha uma ótima aula em nome de Jesus. Amém
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