A família é um núcleo de convivência, unido por laços
afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto. É a definição que conhecemos.
Entretanto, esta convivência pode ser feliz ou insuportável, pois seus laços
afetivos podem experimentar o encanto do amor e a tristeza do ódio. E a morada
sobre o mesmo teto? Dependendo dessas fases contrastantes, ela pode ser um
centro de referência, onde se busca e se vivencia o amor, ou... um mero
alojamento.
A família não
é algo que nos é dado de uma vez por todas, mas nos é dada como uma semente que
necessita de cuidados constantes para crescer e desenvolver-se. Quando casamos,
sabemos que, entre outras coisas, temos essa semente que pode germinar e um dia
dar fruto: ser uma família de verdade. Devemos, portanto, estar conscientes de
que é preciso trabalhá-la e cultivá-la sempre, constantemente, e com muito
amor.
TEMPOS DESCONCERTANTES
A família parece estar à deriva, sem referência, impotente e
desprotegida diante dos embates do consumismo, bombardeada pelos meios de comunicação
e incapaz de dar uma resposta a esses ataques.
Ela fica na defensiva. A impressão que se tem é a de que ela
se conserva como um reduto afetivo, baseado principalmente na segurança do amor
dos pais pelos filhos, e que se ressente, cada vez mais, da indeterminação dos
papéis masculino e feminino.
É
possível ouvir hoje arautos que falam
da família em tom triunfal, enquanto que, em outros contextos, se escutam
depoimentos de verdadeiras catástrofes. Para alguns, a família é um conceito
conservador, só defendido pelos retrógrados.
A família foi e ficará sempre o fundamento da sociedade. Ela
transcende a qualquer partido político, sociedade, associação ou a qualquer
outro gênero de agrupamento humano: ela é constituída por relações de amor! Na
origem de tudo, há um amor conjugal que chama a vida a participar desse amor.
A família
vem de uma opção. De fato, ela existirá
a partir do momento em que um homem e uma mulher decidirem viver juntos, criar
um mundo novo, um mundo diferente: uma família. Nesse mundo novo e distinto,
nascerão os filhos, que se incorporarão ao projeto de vida idealizado por seus
pais.
É na família que os filhos desenvolverão sua personalidade.
Nela crescerão, encontrarão o sentido de sua existência e amadurecerão na
segurança, até que um dia também eles partirão para realizar seu próprio
projeto.
O NOSSO MUNDO MUDOU
Não podemos viver de modo aventureiro. De nada serve
estarmos repletos de boas intenções, se não planejarmos bem as coisas. Nosso
mundo tem mudado muito e rapidamente. Há hoje muitas coisas que não estão
fixadas de antemão. Em nossa sociedade, os papéis tradicionais da mulher e do
homem, antes assumidos como destino inexorável, não são mais simplesmente
aceitos.
Hoje, o casal deve sentar-se para dialogar sobre o que
realmente desejam, o que buscam, para enfim elaborar, com bastante
criatividade, um projeto novo e distinto que possibilite a realização de um
amor pleno. É neste projeto, em constante realização, que os filhos devem poder
ter a alegria de nascer e crescer até a plena maturidade.
UMA REALIDADE DINÂMICA
Ao definirmos a família como uma instituição, como a célula
mãe da sociedade, quando a analisamos ou defendemos os seus direitos, queremos
nos referir a uma realidade bem definida, que está aí presente, no dia-a-dia,
que desempenha um papel concreto na vida das pessoas e da sociedade.
Entretanto, quando
adentramos no interior desta ou daquela família, deixando de lado as teorias e
descendo ao palco da própria vida, observamos que a família é uma realidade
dinâmica, em evolução permanente, nunca a mesma. Percebemos que cada família é
um mundo à parte, com propostas e jeitos próprios e que não se repetem.
É neste
contexto que os planos de Deus
tomam forma e são dados ao homem e à mulher em forma
de semente. Deus nos criou à sua imagem, criou-nos no amor para o amor.
Criou-nos para que levássemos a semente à plenitude. Deus, aquele que nos
criou, pôs em nossas mãos a criação.
Isso é maravilhoso, mas quanta responsabilidade isso pede
daqueles e daquelas que Deus chamou a multiplicar as suas pequenas famílias
nesta terra onde o mal, muitas das vezes, parece prevalecer sobre o bem.
Nessa
luta diária, não é o caso de se
espantar, mas é extremamente necessário continuar acreditando naquele que
prometeu: “Eu estarei sempre convosco...” (Mt 28,20)
Para refletir:
è
O que é, afinal uma família?
è
Quais as problemáticas pelas quais à família
está passando hoje?
è
Quais as preocupações, que os jovens devem ter,
para formar uma,
família
equilibrada?SUGESTÃO
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