LIÇÃO 01 – NO MUNDO TEREIS AFLIÇÕES
INTRODUÇÃO
A queda e a
degeneração da raça humana são as chaves para se compreender a realidade do
sofrimento (Gn 3. 13-19). Através da história, as pessoas vem lutando
contra uma aparente contradição: Se Deus
é absolutamente bom, então por que o mal existe? Se Deus é tanto “Bom” como
“Poderoso”, Ele não permitiria que o mal e o sofrimento existissem em sua
Criação. Então, ou Deus não é “Bom” (e por isso tolera o mal) ou não é
“Poderoso” (e por isso não pode livra-nos do mal, mesmo que queira). Esse
visível problema de séculos de história é chamado na Teologia e na Filosofia de
Teodicéia, palavra derivada do
grego “Theos (Deus) +
Dikes (Justiça)” que
significa “A justiça de
Deus”, ideia que gerou
a discussão do “Posicionamento teológico e filosófico para justificar a
bondade de Deus em vista da existência do mal no mundo”. Este será o assunto
que permeará a primeira lição como
também todo este trimestre.
I – QUAL A DEFINIÇÃO DE AFLIÇÃO?
A palavra aflição no
grego é “Kakoucheõ” que significa: “sofrer infortúnio, ser maltratado” (Hb
11.25; 11.37; 13.3) e a palavra
“Kakopatheõ” que quer
dizer: “sofrimento, adversidade,
padecer” (2Tm 1.8;
2.9; 4.5; Tg
5.13). A palavra “Kakopatheia” também poder ser
definida como: “aflição, maltrato, angústia” (At 7.34; Rm 8.18; 1Pe 1.11; 5.1;
Hb 2.9; 2Co 1.5; Fp 3.10; 1Pe 4.13; 5.1). O Mestre amado falou sobre isso
quando disse: “[...]no mundo tereis aflições, mas tendes bom ânimo[...]” (Jo
16.33-c).
1.1. O justo e o ímpio sofrem igualmente. A fidelidade a
Deus não é garantia de que o crente não passará por aflições, dores e
sofrimentos nesta vida
(Jo 16.33; 2Tm
3.12; Sl 34.19).
Podemos perceber esta
verdade nas palavras
de Jesus: “Porque faz que o seu
sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt
5.45). Também nas palavras do sábio Salomão: “Tudo sucede igualmente a todos; o
mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao
que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura
como ao que teme o juramento” (Ec 9.2).
II – QUAL A ORIGEM DO
MAL?
Durante muito
tempo se procurou
respostas a seguinte
pergunta: O Deus
absolutamente BOM não
poderia ter criado o MAL. Então,
de onde veio o mal? Podemos responder da seguinte forma:
• Deus é
ABSOLUTAMENTE perfeito (Sl 145.17; Mt 19.17; Mc 10.8; Lc 18.19);
• Deus criou apenas
criaturas PERFEITAS ( Gn 1.31; Ec 7.29 );
• Deus concedeu o
LIVRE-ARBÍTRIO a suas criaturas (Dt 30.11-20; Ec 12.14; Mt 7.13-14; Lc 13.24;
Hb 11.24-25 );
• Algumas dessas
criaturas ESCOLHERAM LIVREMENTE FAZER O MAL (Gn 3. 13-19; Is 14.12-16; Ez
28.4-7 );
• Portanto, UMA
CRIATURA PERFEITA, E NÃO DEUS, CAUSOU O MAL (Gn 3. 13-19; Is 14.12-16; Ez
28.4-7 ).
III – QUEM CRIOU O
MAL?
Se existe um Deus
Todo Poderoso e cheio da amor, que conhece todas as coisas,
por que Ele permite que tanta agonia
e sofrimentos existam
no mundo? Esta
é uma das
muitas perguntas que
perturbam a humanidade.
A experiência humana tem atestado
universalmente a realidade do mal. A face sombria da realidade mostra-se
concretamente por meio da dor, da morte,
da angústia da
injustiça, de epidemias,
da fome, de
guerras injustas, da
opressão política, e
da morte de inocentes.
Tudo isso são
algumas das manifestações específicas do que
é
normalmente chamado de
MAL. A Bíblia é o único
livro que tem condições de responder a essa pergunta. Vejamos:
• O Sofrimento é
fruto diretamente do pecado (Gn 3. 13-19; Rm 5.12; 3.23; 8.20);
• Deus não é o
culpado pelo sofrimento do povo. (Pv 26.2; Lm 1.8,9,14,18,20,22);
• Existe a Lei da
semeadura (Gn 37.20-28; 42.21-22; 2Sm 16.22; Mt 7.1-2; 2Tm 3.13; Gl 6.7-8; 2Co
9.6; Mt 6.19-20;
Tg 5.24; Ec 8.11-13; Os 5.7-8; 10.13; Pv 22.8; Jó 4.8; Et
3.6,8,9; 5.14; 10.8);
• Tudo que Deus criou
era bom (Gn 1.31; Ec 7.29);
• A situação trágica
de Judá foi causa dos seus próprios pecados. (Jr 26.7-11,16; Lm 4.13; Jr 42.14;
Lm 4.17);
• O homem queixa-se
dos seus próprios pecados. (Gn 50.20; Lm 3.39; Pv 19.3; Mq 7.9).
III – POR QUE OS JUSTOS SOFREM?
Orlando Boyer define
sofrimento por: “Padecimento, dor, amargura” (BOYER, 2008, p. 712). No grego é
a palavra “Pathema” que significa:
“Aflição” (2Tm 3.11; Hb 10.32; 1Pe 5.9;) e pode ser também a palavra “Paschõ”
que quer dizer: “Sofrer” (Mt 16.21; 17.12; 1Pe 2.23; Hb 9.26; 13.12; 1Pe 2.21;
3.18; 4.1). A Bíblia nos mostra que a
origem dos sofrimentos reside no primeiro
ato de desobediência
contra Deus (Gn
3. 13-19). São
diversas as razões
por que os
crentes sofrem.
Vejamos algumas:
• Pela decorrência da
herança do pecado de Adão e Eva (Gn 3.16-19; Gn 25.21-34; Rm 5.12; 8.20-23; 2Pe
3.10-
13);
• Pelos seus atos (Sl
42.7; Jó 34.11; Jr 17.10; Pv 6.27; Mt 16.17; 1Co 3.8; 2Co 5.10; Gl 6.7; Rm 2.6;
Ap 2.23);
• Por habitar num
mundo pecaminoso e corrompido (Ez 9.4; At 17.16; 2Pe 2.8);
• Por correção de
Deus (Is 26.16; Jó 5.17; Pv 3.11-12; Sl 119.67, 71; Hb 12.6-8; 1Co 11.31-32; Ap
3.19);
• Por enfrentar
ataques do inimigo (Jó 1.12; 2.6; Mt 5.10-11; 1Pe 5.8-9; 1Jo 5.19; Ef 6.12; Gl
1.4; 2Tm 4.6,8);
• Por ter a natureza
de Cristo (Mt 16.24; Jo 17.14; 1Co 2.16; 2Co 4.8; 2Tm 3.12; 1Pe 2.21; Lc 19.41;
2Co 11.23-32);
• Por perseguição
religiosa (Mt 5.10-12; Mt 10.22; 24.9; Jo 15.19; At 5.41; 2Tm 2.11-13; 1Pe
4.12-14; Ap 3.1-4);
• Por “provação”
da fé (Dt 8.3; Jó 19.25-27; Sl 23.4; Is
43.2; Rm 5.3-5; 1Co 10.13; 2Co 1.4; 12.9; Tg 1.3; 1Pe 1.7).
IV – QUAIS OS EXEMPLOS DE ALGUNS JUSTOS QUE
SOFRERAM POR PERMISSÃO DE DEUS?
Há quem
diga que as
feridas abertas em
nossas almas, são
portas por onde
Deus opera. Muitos
sofrimentos que enfrentamos aqui
nesta vida, têm como finalidade a manifestação do poder da glória de Deus. O
Senhor NUNCA falou que “nos livraria
DA fornalha, mas
sim NA fornalha”.
Existem alguns exemplos
na Bíblia de
justos que sofreram
por permissão de Deus para um propósito determinado. Analisemos alguns
destes exemplos:
• José o governador
do Egito (Gn 37-45);
• O profeta Daniel na
cova dos leões (Dn 6.1-28);
• Os companheiros de
Daniel na fornalha de fogo ardente (Dn 3.28-30);
• O salmista (Sl
119.67, 71);
• O patriarca Jó (Jó
42.117);
• O homem cego de
nascença. (Jo 9.1-38);
• Lázaro, o amigo de
Jesus.(Jo 11.1-45);
• O mártir Estêvão
(At 7.55-60; 1Pe 4.14; 2Co 12.9; Tg 4.6; 1Pe 2.20);
• O apóstolo Paulo
(2Co 4.8-9; 11.16-33; Fp 3.7-11);
• O apóstolo Pedro
(1Pe 2.20);
• O próprio Jesus (Is
53.1-12; Jo 15.18-21; Mc 15.3-5; Lc 23.9; Jo 19.9; At 8.32-33; 1Pe 2.20-24; Ap
5.6).
V – COMO O JUSTO DEVE
ENCARAR O SOFRIMENTO?
Se conhecêssemos como
Deus conhece as
glórias ocultas que
ele tem para
cada um de nós
na vida futura, saudaríamos com
alegria por cada
quebrantamento e prova,
e o agradeceríamos por
tudo! Deus é
o melhor professor Primeiro
dá a prova
e depois a
bênção (Tg. 1.2-4). Como
devemos encarar o
sofrimento mesmo em
tempos de crises?
Vejamos alguns exemplos:
• Tendo Esperança (Jr 17.7-8; Is 64.4; Jó
13.15; Pv 14.32; Lm 3.18-22, 26; Nm
13.14; Fl 4.13; Rm 8.24-25; 37).
• Tendo alegria (Jo
16.20-21; Mt 5.11-12; 1Pe 4.13; Rm 8.28; Gl 6.17; Fl 1.29; Cl 1.24);
• Através da Fé (Jó
42.5; 1Jo 5.4; Ef 6.10-18; Hb 11.1, 6, 33-38);
• Em oração (Sl
55.17; Dn 6.10; Lc 3.21-22; 4.1-13; 5.15-16; 6.12; 9.18-29; Hb 5.7; At 2.42; Ef
6.18; Fl 4.6);
• Enfrentando as
“fraquezas” da vida (Pv 24.10; Ap 3.10);
• Enfrentando o luto
(2Sm 12.18-20; Jó 1.20-21);
• Enfrentando as
enfermidades (Is 38.9-22);
• Enfrentando as
necessidades (Hc 3.17-19);
• Enfrentando as
perseguições (Mt 5.10-11; At 7.55-60; 20.24-25);
• Enfrentando as
angústias (Sl 50.15; 1Co 11 16-31).
CONCLUSÃO
Podemos concluir
com as palavras
do Mestre amado: “Eu
conheço as tuas
obras” (Ap 2.9).
Lembremo-nos do profeta messiânico:
“Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em
ti” (Is 43.2). “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o
Criador dos fins
da terra, nem
se cansa nem
se fatiga? É
inescrutável o seu
entendimento. Dá força ao cansado,
e multiplica as
forças ao que
não tem nenhum
vigor. Os jovens se
cansarão e se
fatigarão, e os
moços certamente cairão; Mas os que esperam no SENHOR renovarão as
forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão;
caminharão, e não
se fatigarão (Is
40. 28-31). E
do salmista quando
falou: “DEUS é
o nosso refúgio
e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Sl 46.1).
http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/
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